goTositemap

“A sustentabilidade é o único caminho possível para o Turismo”

26 de setembro, 2025
Oeste CIM
image

Da parte da Turismo Centro de Portugal, estamos a implementar uma plataforma de visitas virtuais 360º no nosso site institucional, com o objetivo de proporcionar uma experiência imersiva aos visitantes online, permitindo-lhes explorar, a partir de casa, o melhor das oito sub-regiões do Centro de Portugal. Esta ferramenta, em fase de conclusão, vai disponibilizar uma grande diversidade de roteiros digitais, inspirando e ajudando a planear futuras viagens de forma mais personalizada e envolvente.

Outro exemplo que posso dar a esse nível é o Portal Outdoor, uma plataforma digital acessível no site da Turismo Centro de Portugal, que reúne toda a oferta de atividades ao ar livre da região, anteriormente dispersa. O portal disponibiliza mais de 1.200 percursos, incluindo trilhos pedestres, rotas cicláveis, ciclismo de estrada, grandes rotas, travessias e caminhos de fé. Além disso, integra informação sobre alojamentos, unidades de enoturismo, agências de viagens, empresas de animação turística e serviços de rent-a-car, o que permite aos visitantes planear experiências completas na região.

- Que estratégias existem para atrair visitantes ao longo de todo o ano, combatendo a sazonalidade?

- A excessiva sazonalidade da atividade turística é, de facto, um dos grandes desafios do setor, sentido em todo o país – embora menos no Centro de Portugal do que em outras regiões. Isso deve-se ao facto de esta região ter produtos turísticos diversificados, que atraem visitantes ao longo de todo o ano, e não apenas no verão.

A estratégia passa por isso mesmo: estimular a realização de grandes eventos fora da época alta, e diversificar cada vez mais o nosso portefólio de produtos turísticos. Os eventos desportivos, culturais e gastronómicos têm mostrado grande capacidade de atração durante todo o ano, enquanto produtos como o turismo religioso, o enoturismo, o termalismo ou o turismo industrial permitem captar públicos diferentes em épocas diferentes. Esse é o caminho que tem vindo a ser seguido, com evidente sucesso.

- Quais os maiores desafios que o setor enfrenta atualmente e como estão a ser superados?

- O maior desafio imediato foram os incêndios deste verão, que afetaram a paisagem e tiveram impacto em muitas empresas, não no Oeste, mas mais em territórios do interior. No entanto, a região já mostrou diversas vezes a sua resiliência perante situações similares, em que soube reagir e superar as adversidades. Não tenho dúvidas de que tal vai voltar a acontecer.

Outro desafio é a falta de mão de obra qualificada, que só pode ser ultrapassada com formação e com a valorização das profissões ligadas ao turismo. Temos vindo a trabalhar também nesta área, com parcerias com a AHRESP, entre outras, de forma a atrair para este setor profissionais qualificados.

Não menos importante é o desafio de consolidar a marca Centro de Portugal, ainda muito jovem, e comunicar um território tão vasto e diversificado – mas esse é também o nosso maior trunfo.

- Como é que as comunidades locais estão a ser envolvidas na promoção e valorização do seu território?

- As comunidades locais são parte essencial do turismo. Não há turismo sem as pessoas que vivem nos lugares que os visitantes descobrem. Em Portugal, as comunidades são parte ativa do processo, nem que seja através da sua capacidade inigualável de saber receber bem, sempre com um sorriso.

No Centro de Portugal, temos apostado em trabalhar com as autarquias, as comunidades intermunicipais, as associações e os empresários locais. Projetos como os PROVERE, por exemplo, são fundamentais, porque ajudam a estruturar a oferta e a dar visibilidade ao trabalho das comunidades. Há algo que não podemos nunca esquecer: é a autenticidade das nossas gentes que torna o Centro de Portugal um destino único. Por isso, a atividade turística tem de ter um impacto positivo na vida destas pessoas, seja em territórios mais desenvolvidos do litoral, seja nas aldeias mais recônditas do interior. O turismo tem de ser sustentável, e para isso é fundamental que as comunidades sejam parte do processo.

No contexto nacional, o Oeste reforça a imagem de Portugal como destino de mar, natureza e autenticidade. É um exemplo a seguir por todos

- Como caracteriza o papel da região Oeste no contexto do turismo da região Centro e do próprio país?

- O Oeste é uma das grandes portas de entrada no Centro de Portugal. Pela sua localização privilegiada, próxima de Lisboa, atrai muitos visitantes que a partir daqui têm a oportunidade de descobrir outros territórios da região. Mas é um território que vale por si só, com uma oferta turística diversificada e de qualidade crescente: desde o surf em Peniche, Torres Vedras ou na Nazaré, às praias incríveis da região, às termas, às Berlengas, ao património mundial da UNESCO, a vilas como Óbidos, às festas e tradições, passando por eventos culturais de grande impacto, como o Carnaval.

No contexto nacional, o Oeste reforça a imagem de Portugal como destino de mar, natureza e autenticidade. É um exemplo a seguir por todos.

- Qual a sua visão para o futuro do turismo no Centro de Portugal nos próximos 5 a 10 anos?

- Vejo um futuro de crescimento sustentado, baseado em três pilares: sustentabilidade, autenticidade e inovação.

Queremos consolidar a posição do Centro de Portugal como um destino de excelência, reconhecido internacionalmente pela diversidade e pela qualidade da oferta. Vejo um turismo mais integrado, em que as várias sub-regiões, como o Oeste, se complementam e reforçam mutuamente. Vejo uma região cada vez mais preparada para responder às novas tendências globais, desde o slow travel à digitalização, mantendo sempre a identidade que nos distingue. E, acima de tudo, vejo um destino em que as comunidades locais, as pessoas, beneficiam dos resultados da atividade turística, melhorando as condições de vida.

É uma visão otimista, como eu, mas que acredito que possa ser concretizada. As condições estão cá e a vontade de todos os protagonistas do setor também.

Artigos relacionados:

Peddy-paper, degustações e workshops no Oeste: experiências gratuitas no Dia Mundial do Turismo

Oeste vence 2º Prémio Destinos Turísticos

Região Oeste com Turismo ESG na FITUR

Última Atualização 26 setembro, 2025

Partilhar

Partilhar