“Quando tu olhas para a floresta, ela olha de volta para ti. Ela também vos diz respeito. Debaixo de nós há um corpo subterrâneo, composto por milhares de fios, hifas, o nome é “hifas”, elas já aqui estavam há milhões e milhões e milhões de anos. Muito antes de nós chegarmos, existia aqui vida subterrânea.”
Uma performance participativa para mergulharmos no ventre da terra, onde o micélio tece as suas redes.
“Micorrizas" é um espetáculo participativo e imersivo, que explora a relação entre o indivíduo e o coletivo através do estudo do comportamento do micélio e das suas associações com as plantas. Um passeio ao ar livre, onde o canto acompanha a observação do ambiente ao redor, leva o público a um espaço interior: um mundo subterrâneo onde os espectadores são abraçados pela trama polifónica do micélio.
O espetáculo começa com um percurso à volta do teatro, onde o público participa numa experiência de canto coletivo que o prepara para mergulhar no fundo da terra, num lugar onde é possível ver a rede invisível que nos liga e mantém vivos.
Dentro do teatro, o cenário e o desenho de luz são altamente sugestivos. Um enorme tapete populado de figuras ancestrais e futuristas, almofadas com olhos e tubos de tecido translúcido que descem do teto constroem uma floresta onírica, que envolve os espectadores e os transporta para um mundo subterrâneo e interior, entre raízes, sinapses, bactérias e veias. Obscuridade e exuberância das cores alternam-se e constroem um espaço ambíguo como o reino fungi, acolhedor e perturbador ao mesmo tempo, onde vida e morte convivem num fluxo de troca constante. Os espectadores tornam-se parte deste lugar, que vão habitar, observar e transformar com a voz e com o corpo.
::::::
Ficha técnica
Coordenação artística e interpretação: Costanza Givone; Composição musical e interpretação: Clélia Colonna; Interpretação: Jo Da Silva; Espaço cénico e imagem: Svenja Tiger; Texto: Alex Cassal; Luz: Rui Azevedo; Som: João Guimarães; Fotografias: Willian Ferreira; Produção executiva: Francisca Lacerda
Produção: Fogo Lento; Residências artísticas: CAMPO/Fogo Lento; CRL Central Elétrica; Cine-teatro de Alcobaça; Convento dos Capuchos de Almada; Biblioteca de Marvila; CEA Moita; Cine-teatro São João de Palmela; Cine-teatro Municipal João Mota de Sesimbra.
Uma coprodução Artemrede com os Municípios de Alcobaça, Almada, Lisboa, Moita, Palmela e Sesimbra no âmbito do Programa de Coproduções Artemrede 2024-25.
Parceiro Institucional: República Portuguesa - Cultura | Fundo de Fomento Cultural
Entrada livre | M/12 | 45 min